Partilho uma sanita com um traficante de droga. Já fiz negócio com um violador com três condenações(...). Já me instalei para ver tv ao lado de um homem que matou a mulher e depois a cortou aos bocados com uma faca Ginsu(...).
No ano passado, tive a conversa dos "estranhos" com a Sophie: não aceites doces de uma pessoa que não conheces, nunca entres no carro de ninguém excepto no nosso, não fales com desconhecidos. A Sophie, que nasceu numa cidadezinha do New Hampshire onde as pessoas a conheciam pelo nome quando andava pela rua, não conseguiu entender os avisos.
- Como sabemos que são os homens maus? - perguntou ela. - Conseguimos perceber só de olhar?
O que eu devia ter-lhe dito nessa altura era: "Sim, mas tens de estar a olhar no momento certo." Porque o mesmo homem que rouba uma loja armado de uma faca, pode, num semáforo, voltar-se e sorrir. O tipo que violou uma rapariga de treze anos pode estar a cantar hinos ao teu lado na igreja. O pai que raptou a sua filha pode estar a viver na casa ao lado da tua.
Mau não é um termo absoluto, mas sim relativo. Perguntem ao ladrão que usou o dinheiro que roubou para alimentar o seu filho pequeno; ao violador que foi molestado sexualmente enquanto era criança; ao raptor que acreditava verdadeiramente que estava a salvar uma vida. E só porque transdredimos a lei, isso não significa que tenhamos intencionalmente ultrapassado os limites para o mal. Por vezes, os limite vêm até nós, e quando damos por isso, já estamos do outro lado.
[in Memórias Esquecidas, Jodi Picoult]
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2 comments:
Isto é mm texto á Klau á nha amante... Bonito...*********** Tadoro
A rita falou me logo neste texto quando o leu lol.
Fez lembrar o bairro =P
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